quinta-feira, 31 de março de 2011

Parezco Peruana?! Boliviana?! Paraguaya?! No parezco Brasileña?! Que Brasil conocen?! SI YO TENGO A CARA DOS PUEBLOS ORIGINÁRIOS! SI SOY BRASILEÑA! SOY LATINOAMERICA! NO ME IMPORTA SU PRECONCEITO, AUNQUE NO QUIERAN TENGOOO MI DOCUMENTACION!


SETEMBRO: Tradução de documentos – equivalidação de currículo. OUTUBRO: Horário agendado na Imigração Argentina. NOVEMBRO: Horário agendado na Policia Federal... JANEIRO : Matricula na Universidade. 02 DE FEVEREIRO : Mudança! ... 10 de março -antecedentes criminais: Listo! 30 de MARÇO – MIGRACIONES – 10H, O ESPERADO DIA!
Ingresso no prédio, de imediato recordo os nossos órgãos públicos no Brasil, infelizmente; com filas enormes, funcionários mal educados ou que parecem ter recebido orientação especifica para saber como dificultar a vida de quem chega. Lembro de “Uendi”, uma paraguaia que conheci no hostel onde morei no Primeiro mês, que vive e trabalha em Buenos Aires a 14 anos e até hoje não conseguiu seu visto permanente. Começo a prestar atenção nas pessoas... bolivianas...peruanas...haitianas...chinesas. Filas e mais filas, pagamentos e mais pagamentos. Cheguei com mais quatro pessoas – 2 de Curitiba, 1 do RS e 1 de PE.

PRIMEIRO ATO: Haviam solicitado foto de fundo branco no agendamento, à um mês mudaram para fundo azul e na última semana voltaram a exigir a branca. Resultado: Correria para providenciar a bendita foto! ...Depois de muito tempo de agonia, observo o numero de vezes que pessoas que não são da Europa ou do Brasil ( com perfil branco e agenciadas) precisavam transitar por muitos setores...corrigindo milhares de coisas... “exigindo” para seus documentos serem reconhecidos. Eis que depois de muito esperar, chamam meu numero (60). Confiro minha documentação e sigo para primeira cabine onde preenchem meu primeiro formulário, repito os dados, entrego a foto, confiro certidões, comprovantes, visto, nacionalidade...tudo em ordem... Sigo a esperar ... Me chamam para segunda cabine. Me olham, me olham e escuto: É Brasileira?! ...respondo. De onde?! (Salvador – Bahia, respondo)...Nome do pai?! ... Guarací?! Seu pai é brasileiro?! (afirmo em mais uma “entrevista”) Nunes? Lima? Son apellidos brasileños?! (Sí)... Seguem repetindo... Nome da mãe?! E respondo e respondo... Imprimem outro papel, neste meu nome “aparece” ROSELL” ...sou informada que por isso terei que remarcar minha solicitação de visto... Compreendendo perfeitamente tudo que estão dizendo e digo que vou em outra repartição fazer a alteração e que retornaria em pouco tempo já que o sistema é todo digital e integrado eu possuía um turno marcado a muito tempo. Altero! Retorno... repetem todas as perguntas, confirmo minha documentação.. tudo ok! Ingresso no país... Tudo listo! E escuto: Você é paraguaia?! Mais uma vez digo que sou brasileira... mostro minha documentação... (Bom já sabem)... Necessário fazer alteração... ok! Tudo feito... novo papel...olho e têm escrito que ingressei por via terrestre e pelo Paraguay. ( An?! Como assim?! Como deu erro novamente?! Pergunto.) Mostro mais uma vez o visto de turista vigente, com ingresso no pais pelo Aeroparque , voo com conexão no Uruguay. (Tudo como o Sr. Já viu e como estava anteriormente, digo.) Necessito seguir para outra repartição, faço as alterações... Retorno. ( Tenho que remarcar?! Como assim?! Só têm vaga em agosto?!) Volto de ousada para mesma cabine... o mesmo “entrevistador” faz todas as perguntas... Novamente tenho que dizer que sou brasileira ... me olhaaa... olha minha foto ( com lindos brincos de pena) Ironicamente me pergunta: Estudante?! Já fazia Universidade?! E a cada contestação minha depois de respirar fundo vinham as mesmas perguntas. Então ouço: Listo Chica, ponga su firma. Olho e leio Visto Temporário.( Mais uma vez?! Pela milésima vez digo VISTO/PRECÁRIA PERMANENTE. Mais uma vez mostro a cópia da LEI 26.240 do acordo firmado entre os dois países em 2007. Não assino. Digo e continuo esperando. Olho ao meu redor, nenhum dos que chegaram junto comigo fizeram si quer uma alteração e fazia tempo que já tinham saído... Observo que têm outra brasileira esperando, quase chorando, desanimada, começamos a conversar, houve muitos “problemas” com seus tramites, ela estava com um grupo de umas oito pessoas sulistas que só te esperavam. De onde ela era?! Pará! 16h. Grupos de famílias circulam as repartições, quando têm informação, transitando entre as cabines para corrigir os “erros” de digitação. PRECISO DIZER A APARÊNCIA DE NOSOTROS?!

Um comentário:

Yaraci disse...

Eu sinceramente estou sem palavras, depois de ler sua saga. Não sei se sinto raiva, indignação, perplexidade... Caramba!!! O pior de tudo é que você não é a única, não é a primeira e nem será a última a passar por isso. Lamentável, revoltante...